O futebol. A bola. A cidade, os buracos e. O futebol. Sempre ele, sempre lá. Os miúdos gritam e festejam e agarram-se como se de uma Taça do Mundo se tratasse - tinha sido marcado mais um golo.
João Carlos, 22 anos, está sentado no parapeito de um prédio qualquer, postura serena, tom de voz calmo e ponderado. Está de costas para a partida "decisiva" que se desenrola ali, naquela rua cinzenta e escura, pouco iluminada. «Gosto muito de fazer teatro!!», atira.
Neste preciso momento um dos "Mantorras" joga-se para o chão e rebola. Faz teatro, sim, mas à jogador-da-bola - pindérico, espalhafatoso e desagradável. Não o João, mas o "Mantorras". Não o teatro, mas o futebol.
«A peça que mais gostei de fazer chamava-se "Madana", de um autor angolano. Esteve dois anos em cena, com estreia no Chá de Caxinde, passagens pelo Teatro Avenida e pela televisão, até.»
Ah, a televisão. Sempre 'elas' - a televisão, a bola (e o "Mantorras"). Deve mesmo ter sido aí, na T.V., que aprenderam a correr, rua-fora e aos berros, «é falta! é falta!». Não era.
terça-feira, 19 de junho de 2007
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1 comentário:
Chamam a Old Trafford, teatro dos sonhos. Parece que descobriste teatro e sonhos no chão vermelho de Angola.
Gostei muito.
Abraço
Ágoas
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