quarta-feira, 20 de junho de 2007

Maria Concebida no Mato

Um "ui" sibilante de uma mulher e um "ai" sussurado de um rapazinho deram o sinal. O bichinho lá subiu a trompa, chocou com o ovo e rebolaram juntos até cair em chão fértil. Assim, numa multiplicação apressada de células, surgia Maria Concebida no Mato.

Nascer até foi fácil. A primeira cara que viu foi a da kitandeira, essa mesmo, a da verruga gigante na ponta do nariz. Obra do acaso ou força do destino, esse momento ditar-lhe-ia a vida. Dali para a frente, naquela cubata no mato que depois virou cidade, Maria Concebida (com muito pecado...) viveria aterrorizada com a verruga que, dia após dia, volta após volta, lhe cresceria em forma de cruz no sítio onde, dizia a kota da frente, estava guardado o maior segredo de uma mulher - o coração.

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